No items found.
Documentalité

Documentalité

[[en]]Group Show[[fr]]Exposition collective[[pt]]Exposição coletiva
Documentalité
[[en]]Curator:[[pt]]Curador:[[fr]]Curateur.ice:

PARIS

24.4.2025

7.6.2025

If memory shapes our identities, it is because it relies on traces. Inscriptions, documents, objects—remnants of the past that ensure our continuity through time. But what happens when these traces fade, transform, or become frozen in oblivion?

Inspired by the work of philosopher Maurizio Ferraris, the exhibition Documentality explores this tension between preservation and disappearance, between the materiality of the document and the evanescence of memory. In his book Documentality: Why It Is Necessary to Leave Traces (2012), Ferraris argues that our social world is built through the recording and accumulation of documents, whether physical (archives, books, sculptures) or digital. It is these inscriptions that give things existence and value: “What is recorded exists; what is not recorded disappears.”

Through distinct yet complementary mediums, Marco Cordero and Maria Beatitude confront us with this paradox: do we document in order to preserve, or rather to forget?

For Marco Cordero, memory takes shape in matter. He treats the book as a relic, a witness to the passage of time. In his Tabula Rasa series, he folds steel plates, embedding sculpted books at their center. In one of his works, he adds wax, reinforcing the idea of a memory that is either frozen or in the process of disappearing.

His sculptures are imprints of the past—objects caught in the rigidity of metal that evoke both protection and imprisonment. Is a book still a book if it can no longer be opened? His works question the fragility of knowledge and how memory fossilizes when it ceases to be passed down. In our desire to preserve, do we risk making the very traces we seek to safeguard inaccessible?

While Marco Cordero explores the materiality of the document, Maria Beatitude questions our contemporary relationship with memory. Her Wrapped Up project examines our obsession with recording everything: photographs, files, digital data. In accumulating traces, do we not risk losing their meaning?

Her paintings express this tension through gestures of wrapping, packaging, and protecting—evoking both preservation and disappearance. She questions the value of our modern archives: is a digitized memory, devoid of texture and scent, still a memory? By erasing the materiality of our traces, we deprive ourselves of their sensory presence and emotional weight.

Maria Beatitude invites us to reflect on the illusion of the total document—the promise of an infinite memory that paradoxically drowns us in forgetfulness. Do we document to remember, or to ensure that we never truly look back?

Far from being mere witnesses of the past, documents are also tools of power and control: what is recorded determines what exists, while what is erased disappears. By confronting the practices of Cordero and Beatitude, Documentality highlights this tension between memory and oblivion, between trace and erasure.

In a world where the archive is omnipresent yet memory seems increasingly fragile, what do we truly choose to preserve?

Si la mémoire façonne nos identités, c’est parce qu’elle repose sur des traces. Inscriptions, documents, objets, autant de vestiges du passé qui garantissent notre continuité dans le temps. Mais que se passe-t-il lorsque ces traces s’effacent, se transforment ou se figent dans l’oubli?

Inspirée par les travaux du philosophe Maurizio Ferraris, l’exposition Documentalité explore cette tension entre conservation et disparition, entre la matérialité du document et l’évanescence de la mémoire. Dans son ouvrage Documentality: Why It Is Necessary to Leave Traces (2012), Ferraris défend l’idée que notre monde social est construit par l’enregistrement et l’accumulation de documents, qu’ils soient physiques (archives, livres, sculptures) ou numériques. Ce sont ces inscriptions qui donnent une existence et une valeur aux choses : « ce qui est enregistré existe, ce qui ne l’est pas disparaît.»

À travers des médiums distincts mais complémentaires, Marco Cordero et Maria Beatitude nous confrontent à ce paradoxe : documentons-nous réellement pour conserver, ou bien pour oublier?

Chez Marco Cordero, la mémoire prend corps dans la matière. Il travaille le livre comme un vestige, un objet témoin du temps qui passe. Dans sa série Tabula Rasa, il plie des plaques d’acier au centre desquelles il insère des livres sculptés. Dans une de ses œuvres, il ajoute de la cire, renforçant l’idée d’une mémoire figée ou en cours de disparition.

Ses sculptures sont des empreintes du passé, des objets pris dans la rigidité du métal qui évoquent à la fois la protection et l’emprisonnement. Un livre enfermé est-il encore un livre s’il ne peut plus être ouvert? Ces œuvres interrogent la fragilité du savoir et la manière dont la mémoire se fossilise lorsqu’elle cesse d’être transmise. À trop vouloir préserver, risquons-nous de rendre inaccessibles les traces mêmes que nous cherchons à sauvegarder?

Si Marco Cordero explore la matérialité du document, Maria Beatitude interroge notre rapport contemporain à la mémoire. Son projet Wrapped Up questionne notre obsession de tout enregistrer : photographies, fichiers, données numériques. À force d’accumuler des traces, n’en perdons-nous pas le sens?

Ses peintures traduisent cette tension par des gestes d’enveloppement, d’emballage, de protection, qui évoquent autant la conservation que la disparition. Elle interroge la valeur de nos archives modernes : un souvenir numérisé, sans texture, sans odeur, est-il encore un souvenir ? En effaçant la matérialité de nos traces, nous nous privons de leur présence sensorielle et de leur charge émotionnelle.

Maria Beatitude nous invite à réfléchir sur l’illusion du document total, sur cette promesse d’une mémoire infinie qui, paradoxalement, nous noie dans l’oubli. Documentons-nous pour nous souvenir ou pour mieux ne jamais revenir en arrière?

Loin d’être de simples témoins du passé, les documents sont aussi des outils de pouvoir et de contrôle : ce que l’on enregistre détermine ce qui existe, ce qui est effacé disparaît. En confrontant les pratiques de Cordero et Beatitude, Documentalité met en lumière cette tension entre la mémoire et l’oubli, entre la trace et l’effacement.

Dans un monde où l’archive est omniprésente mais où la mémoire semble de plus en plus fragile, que choisit-on réellement de préserver ?

Se a memória molda nossas identidades, é porque ela se apoia em vestígios. Inscrições, documentos, objetos – são traços do passado que garantem nossa continuidade no tempo. Mas o que acontece quando esses vestígios se apagam, se transformam ou ficam congelados no esquecimento?

Inspirada pelos trabalhos do filósofo Maurizio Ferraris, a exposição Documentalidade explora essa tensão entre conservação e desaparecimento, entre a materialidade do documento e a evanescência da memória. Em seu livro Documentality: Why It Is Necessary to Leave Traces (2012), Ferraris defende a ideia de que nosso mundo social é construído pelo registro e pela acumulação de documentos, sejam eles físicos (arquivos, livros, esculturas) ou digitais. São essas inscrições que conferem existência e valor às coisas: “o que é registrado existe, o que não é desaparece.”

Através de meios distintos, mas complementares, Marco Cordero e Maria Beatitude nos confrontam com esse paradoxo: documentamos realmente para conservar, ou para esquecer?

Em Marco Cordero, a memória ganha corpo na matéria. Ele trabalha o livro como vestígio, como objeto testemunha da passagem do tempo. Em sua série Tabula Rasa, ele dobra placas de aço no centro das quais insere livros esculpidos. Em uma de suas obras, acrescenta cera, reforçando a ideia de uma memória congelada ou em processo de desaparecimento.

Suas esculturas são impressões do passado, objetos aprisionados na rigidez do metal que evocam ao mesmo tempo proteção e cárcere. Um livro trancado ainda é um livro, se não pode mais ser aberto? Suas obras questionam a fragilidade do saber e o modo como a memória se fossiliza quando deixa de ser transmitida. Ao querer preservar demais, corremos o risco de tornar inacessíveis os próprios vestígios que tentamos proteger?

Se Marco Cordero explora a materialidade do documento, Maria Beatitude questiona nossa relação contemporânea com a memória. Seu projeto Wrapped Up investiga nossa obsessão de registrar tudo: fotografias, arquivos, dados digitais. Ao acumular tantos vestígios, não acabamos por perder o seu sentido?

Suas pinturas expressam essa tensão por meio de gestos de embrulho, empacotamento, proteção – que evocam tanto a conservação quanto o desaparecimento. Ela questiona o valor de nossos arquivos modernos: uma lembrança digitalizada, sem textura, sem cheiro, ainda é uma lembrança? Ao apagar a materialidade de nossos vestígios, nos privamos de sua presença sensorial e de sua carga emocional.

Maria Beatitude nos convida a refletir sobre a ilusão do documento total, sobre essa promessa de uma memória infinita que, paradoxalmente, nos afoga no esquecimento. Documentamos para lembrar ou para nunca mais voltar atrás?

Longe de serem simples testemunhas do passado, os documentos também são instrumentos de poder e controle: o que é registrado determina o que existe, o que é apagado desaparece. Ao confrontar as práticas de Cordero e Beatitude, Documentalidade lança luz sobre essa tensão entre memória e esquecimento, entre vestígio e apagamento.

Num mundo em que o arquivo é onipresente, mas em que a memória parece cada vez mais frágil, o que escolhemos realmente preservar?

SELECTED ARTWORKS

Sélection d'oeuvres

OBRAS SELECIONADAS

The wrapped #1
Maria Béatitude
The wrapped #1
Acrylic on canvas 180 x 120 cm
Acrylique sur toile 180 x 120 cm
Acrílico sobre tela 180 x 120 cm
The wrapped #2
Maria Béatitude
The wrapped #2
Acrylic on canvas 180 x 120 cm
Acrylique sur toile 180 x 120 cm
Acrílico sobre tela 180 x 120 cm
The wrapped #3
Maria Béatitude
The wrapped #3
Acrylic on canvas 60 x 50 cm
Acrylique sur toile 60 x 50 cm
Acrílico sobre tela 60 x 50 cm
The wrapped #4
Maria Béatitude
The wrapped #4
Acrylic on canvas 60 x 50 cm
Acrylique sur toile 60 x 50 cm
Acrílico sobre tela 60 x 50 cm
The wrapped #5
Maria Béatitude
The wrapped #5
Acrylic on canvas 60 x 50 cm
Acrylique sur toile 60 x 50 cm
Acrílico sobre tela 60 x 50 cm
The wrapped #6
Maria Béatitude
The wrapped #6
Acrylic on canvas 60 x 50 cm
Acrylique sur toile 60 x 50 cm
Acrílico sobre tela 60 x 50 cm
The wrapped #7
Maria Béatitude
The wrapped #7
Acrylic on canvas 60 x 50 cm
Acrylique sur toile 60 x 50 cm
Acrílico sobre tela 60 x 50 cm
Label #1
Maria Béatitude
Label #1
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Label #2
Maria Béatitude
Label #2
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Label #3
Maria Béatitude
Label #3
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Label #4
Maria Béatitude
Label #4
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Label #5
Maria Béatitude
Label #5
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Label #6
Maria Béatitude
Label #6
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Label #7
Maria Béatitude
Label #7
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Label #8
Maria Béatitude
Label #8
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Label #9
Maria Béatitude
Label #9
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Label #10
Maria Béatitude
Label #10
Acrylic on canvas 30 x 20 cm
Acrylique sur toile 30 x 20 cm
Acrílico sobre tela 30 x 20 cm
Una pietra sopra III
Marco Cordero
Una pietra sopra III
Books and stone 34 x 25 x 20 cm
Livres et pierres 34 x 25 x 20 cm
Livros e pedra 34 x 25 x 20 cm
Una pietra sopra II
Marco Cordero
Una pietra sopra II
Books and stone 34 x 25 x 20 cm
Livres et pierres 34 x 25 x 20 cm
Livros e pedra 34 x 25 x 20 cm
Una pietra sopra I
Marco Cordero
Una pietra sopra I
Books and stone 34 x 25 x 20 cm
Livres et pierres 34 x 25 x 20 cm
Livros e pedra 34 x 25 x 20 cm
Tabula rasa I
Marco Cordero
Tabula rasa I
Book, wax, oxide, steel 98 x 70 x 19 cm
Livre, cire, oxyde, acier 98 x 70 x 19 cm
Livro, cera, óxido, aço 98 x 70 x 19 cm
Tabula rasa II
Marco Cordero
Tabula rasa II
Book, rosin wax, oxide, steel 98 x 70 x 16 cm
Livre, cire de colophane, oxyde, acier 98 x 70 x 16 cm
Livro, cera de colofónia, óxido, aço 98 x 70 x 16 cm
Tabula rasa III
Marco Cordero
Tabula rasa III
Book, earth, oxide, steel 98 x 70 x 14 cm
Livre, terre, oxyde, acier 98 x 70 x 14 cm
Livro, terra, óxido, aço 98 x 70 x 14 cm
Tabula rasa IV
Marco Cordero
Tabula rasa IV
Book, oxide, steel 98 x 70 x 16 cm
Livre, oxyde, acier 98 x 70 x 16 cm
Livro, óxido, aço 98 x 70 x 16 cm
Tabula rasa V
Marco Cordero
Tabula rasa V
Book, oxide, steel 98 x 70 x 19 Cm
Livre, oxyde, acier 98 x 70 x 19 Cm
Livro, óxido, aço 98 x 70 x 19 Cm
Battere piano, marmo
Marco Cordero
Battere piano, marmo
Book, Carrara marble 85 x 40 x 8 cm
Livre, marbre de Carrare 85 x 40 x 8 cm
Livro, mármore de Carrara 85 x 40 x 8 cm
In esergo
Marco Cordero
In esergo
Book, Carrara marble 60 x 60 x 6 cm
Livre, marbre de Carrare 60 x 60 x 6 cm
Livro, mármore de Carrara 60 x 60 x 6 cm

EXHIBITION VIEWS

VUES DE L'EXPOSITION

VISTAS DA EXPOSIÇÃO:

No items found.

INQUIRE:

Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form.

RENSEIGNEMENT:

Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form.

INQUIRIR:

Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form.